segunda-feira, 27 de junho de 2011

Posted by jinson on segunda-feira, junho 27, 2011 8 comments
“As vezes, nossa vida é colocada de cabeça para baixo, para que possamos aprender a viver de cabeça para cima" Na sexta-feira morreu alguém da minha família. Morreu parte da minha felicidade. Morreu uma parte de mim.
Já ouviram dizer que não somos nós quem escolhemos o animal de estimação, é ele quem nos escolhe? Pois foi exatamente assim que aconteceu comigo. Um dia, entre cerca de 160 animais para adoção, ele se levantou e começou a me seguir de pé, em apenas duas patas, por um longo tempo. E se era atenção que ele queria, conseguiu. A minha intenção naquele dia era ajudar os cachorros a encontrarem um lar, mas acabei dando meu lar a um deles, o Lupi.

Adotei adulto já, mas por todos os anos, era mais como um bebê. Meu bebê. Dormia comigo, pedia colo 24h por dia e roncava feito um porco, rs. Era ele que me animava quando eu estava muito triste, e brigava com a minha gatinha pela minha atenção. Era meu companheiro. Era vira-lata, mas era lindo o safado. Todos achavam que era um Cocker, mas tosado parecia um filhote de Labrador. E como era muito delicado e bonito, todos achavam que era menina, tadinho. “Que cachorrinha linda!”, ouvia dizer. O Lupi me dava um olhar de lado, como se dissesse “porra, de novo?”. E ganhava roupas da minha madrinha, estampadas e até do Corinthians ele tinha. Eu evitava deixar ele usar, claro.

Tenho outro cachorro que resgatei da rua, o Puro Osso. Era para o nome dele ser Bento, mas como ele estava muito ruim quando o resgatei, pegou o Puro Osso. Ele é velho, doente, cego, surdo e tem dificuldades para caminhar. Ele está bem, Graças a Deus, mas se fosse ele que tivesse partido, eu estaria mais conformada, pois ele já é bem velhinho e sofrido. Mas o Lupi, sadio, lindo e cheio de vida, se foi. Foi para o céu, tenho absoluta certeza, mas se foi. E se foi porque foi tirado de mim. Injustamente tirado de mim. Porque alguém que dirigia um carro, em uma subida, simplesmente não quis parar e o atropelou. Passou por cima. E mesmo com os gritos e os choros, simplesmente resolveu fugir. Um dos piores dias da minha vida.

Mas sabe, a dor é tão grande, tão grande, que nem revoltada fiquei. A única dor que sinto é de não ter mais meu companheiro comigo. Dor de saber que ele tinha ainda mais tanta felicidade pra compartilhar com a gente...
Eu o vi naquele dia. O vi deitado antes de ir para o veterinário, em meio a gritos dos meus familiares eu me abaixei onde ele estava e disse que tudo ficaria bem, ele apenas me olhava, assustado.

É tão difícil passar por perdas. Eu não lido nem um pouco bem com a morte, não gosto nem de pensar, mas sei que ele cumpriu fascinantemente o papel de nos dar alegria, muita alegria e amor.

A pessoa que o atropelou não sabe que além da dor física que causou ao ser mais inocente e fofo do universo, causou a morte parcial dezenas de pessoas, causou rios de lágrimas e uma saudade que vai ficar pro resto da vida.

8 comentários :

Carmen Lucia Cavallaro Rodrigues disse...

Bruna, vc está certa...é um pedaço da gente que se vai..é uma dor imensa....fica a saudade. Grande beijo!

Patrícia Karina disse...

Que dó...ele era uma gracinha =/ , sapeca igual o mew...fica a saudade msm, parecem crianças para nós...papai do céu vai cuidar bem dele =]

Ingrid Bon Bilmayer disse...

Em pouco tempo de recuperação no outro plano,
Ele voltará logo, para à família, de certo modo vcs ainda poderão encontrar-se. ;)

Edna Bertolim disse...

Eu nunca vou me conformar e não quero, mesmo que pudesse...As pessoas dirigem sem atenção porque não têm que pagar pelas mortes que causam...

Margarete Bom disse...

Oi Bruna!!! Quando foi? Imagino como deve estar se sentindo, é realmente alguém da família, só quem tem cachorro sabe como eles são importantes para seus donos, fiquei muito triste e comovida ao ler o seu blog,mas Deus conforta e logo vc irá arrumar outro para ajudar amenizar a sua dor!!!! Bjs querida fique com Deus!!!!

Bru Dias disse...

Oi Marga, foi na sexta passada. =(
Obrigada a todos pelas palavras e solidariedade, como a Marga disse, só quem tem ou teve cachorro sabe o que é...

Madra, tb acho que não devemos nos conformar, mas o que podemos fazer? A única informação é o carro, e não temos como provar nada. =(
Pior que dói tanto que nem revoltada eu consigo ficar. E olha que eu sou ariana! rs. Beijos

Edna Bertolim disse...

Eu sei que nada adianta quanto a te-lo de volta,mas continuo não aceitando o que aconteceu...

Francis Lima disse...

Poxa que triste Bru, caracas, sei do seu apreço, poxa sinta se abraçada!